19 julho, 2020

Donald W. Winnicott e a Teoria da Agressividade



Donald Winnicott nasceu em Plymouth, Inglaterra, em 7 de abril de 1896 e morreu em 25 de janeiro de 1971. Na época, era o único psicanalista infantil que também era um pediatra, profissão que continuou exercendo durante toda a sua vida. Ele ocupou cargos importantes na Sociedade Britânica Psicanalítica e foi seu presidente por dois mandatos. Suas extensas obras contribuíram com ideias originais sobre o desenvolvimento precoce, principalmente sobre a vulnerabilidade das crianças e a importância da dependência da mãe nos primeiros meses de vida. 
Donald Winnicott é um dos autores que abordou nos seus estudos a questão da agressividade em crianças, ligadas à estruturação do psiquismo. Suas contribuições sobre esta questão marca uma grande diferença.  As contribuições de Winnicott foram além da clínica psicanalítica e se aproximam dos pais e educadores com suas reflexões e sugestões a respeito do cuidado e da educação das crianças, a fim de promover um ambiente que atenda às suas necessidades físicas e emocionais.
 Alguns dos conceitos importantes da teoria de Winnicottiana são os de: falso self, objeto e fenômenos transicionais e sua perspectiva particular sobre a agressão.

Alfred Adler e a Teoria do Sentimento de Inferioridade


 Alfred Adler: Psicologia individual e outras teorias ...

ALFRED ADLER, (1870 – 1937), nasceu em Viena, teve uma infância complicada, pois foi uma criança débil, o que orientou suas preocupações sobre o complexo de inferioridade física. Estudou Medicina e foi Catedrático de Pedagogium de Viena e, posteriormente, do Colégio de Medicina Long Island, em Nova York, na Universidade de Columbia.  Era médico reconhecido quando se juntou a Freud, convertendo-se em um de seus primeiros seguidores e trabalhando em colaboração com ele durante 10 anos. Depois se separou de Freud por claras diferenças teóricas quando declarou que os sentimentos de inferioridade são congênitos e universais, ideia que o fundador da psicanálise não podia aceitar. Adler funda sua própria Escola, a Psicologia Individual. 
A base da psicologia individual de Adler reside essencialmente em três postulados: os sentimentos de inferioridade, os impulsos de poder e os sentimentos de comunidade. Para Adler, qualquer situação que acentua os sentimentos de inferioridade é um fator desencadeante de neuroses. E são os sentimentos de comunidade que atenuam os sentimentos de inferioridade e controlam os impulsos de poder.

Transtorno mental e personalidade criminal

        
   
       O conceito atual de transtorno mental, é totalmente diferente daquele que a criminologia e o direito penal adotaram no final do século passado e no começo deste. E essa dificuldade deve ao fato de que hoje, segundo o criminalista e doutor em ciências penais [1]Osvaldo Thieghi, o comportamento do indivíduo deve ser considerado em sua totalidade, orgânico-psicológica e seu comportamento de interação aos quais este se encontra inserido.   
         O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) define o transtorno mental, como uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Os Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes. (Pág. 20)

26 dezembro, 2017

As redes sociais e a indústria do espetáculo

     
   Um grande número de pessoas tem as suas primeiras impressões sobre o que está acontecendo  no mundo  vendo as redes sociais. Eric Barnouw escreveu que os jornalistas, Youtubers  dependem em grande medida de pseudo-acontecimentos, ou seja, eventos que apenas existem para que eles realizem à respectiva cobertura mediática. Nem tudo o que acontece vemos nas midias sociais  e nem tudo o que vemos nas mídias sociais  acontece espontaneamente.

16 dezembro, 2017

Perfil do serial Killer

 
 Assassino em série (também conhecido pelo nome em inglês, serial Killers) é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que cometem no mínimo três crimes, em ações diferentes e com intervalos de tempo entre eles. Geralmente seguindo um modus operandi e deixando para trás uma marca, uma assinatura. Muitos criminosos que cometeram assassinatos em série, ao serem capturados aparentavam ser cidadãos respeitáveis, bem-sucedidos e alguns até conhecidos pelos relevantes serviços prestados a comunidade. Homens que viviam acima de qualquer suspeita, até que seus crimes foram descobertos. 

 Para o psiquiatra MacDonald conhecido por propor a tríade MacDonald, os seriais Killers podem demonstrar três comportamentos durante a infância, como: xixi na cama (Enurese noturna); obsessão por incêndios (Piromania) e crueldade para com os animais. O assassino em série realiza um ritual na execução dos seus crimes, um comportamento que lhes são característicos e que mantêm inalterados durante a sequência de seus homicídios. A partir dessas características o FBI por meio do programa de captura de criminosos violentos (VICAP), criou uma base de dados através das agencias policiais e forenses, posteriormente comparando as características dos episódios que representam a maior quantidade de crimes em comuns, elaborando um perfil psicológico do possível autor do crime.

    A partir destes perfis se tem efetuado uma classificação dos assassinos, dividindo em duas categorias principais; assassinos organizados e desorganizados. Segundo Torres (2007) essas formas têm correspondido com patologias psíquicas pontuais, determinadas pelos estudos efetuados á assassinos em série que tem sido preso; concluído ser predominante essas duas identidades patológicas fundamentais.

   Os homicidas desorganizados, são chamados habitualmente de assassinos psicóticos, que correspondem em alguns casos, a quadros de esquizofrenia paranoide, E os homicidas organizados, também reconhecidos, como homicida perverso, se enquadra precisamente dentro das personalidades psicopáticas (transtornos antissocial da personalidade, etc) e também são identificados como perversos ou desalmados na classificação de Schneider.

 CARACTERÍSTICAS DOS ASSASSINOS EM SÉRIE 

ASSASSINO ORGANIZADO

ASSASSINO DESORGANIZADO

Quociente intelectual alto

Inteligência média

Socialmente competente

Socialmente imaturo para o seu meio

Trabalho qualificado e especializado

Baixa qualificação profissional e instabilidade em seus empreendimentos.

Filho único ou maior

Filho do meio ou menor

Disciplina infantil escassa ou nula

Excessiva disciplina infantil

Controle durante o crime

Ansioso durante o crime

Heterossexual (70%)

Heterossexual (100%) Com conduta parafílica

Masturbação substitutiva

Masturbação compulsiva

Disfunções sexuais ocasionais

Disfunções sexuais frequentes

Pouca excitação sexual

Muita excitação sexual


 AÇÕES DURANTE  AGRESSÃO

ASSASSINO ORGANIZADO

ASSASSINO DESORGANIZADO

Planeja o crime previamente e minuciosamente

Não planeja a agressão

Realiza escassos atos violentos para conseguir acesso carnal

 Realiza frequentes atos violentos

Usam com frequência cordas e amarras

Raramente amarra a vítima

Leva armas para cena do crime

Utiliza armas encontradas na cena do crime

Realiza com frequência relação sexual com a vítima

Poucas vezes realiza acesso sexual com a vítima

Executa atividades sádicas antes da morte

Raramente

Exerce grande controle sobre a vítima

Exerce pouco controle sobre a vítima

Realiza pouca mutilação post-mortem

Realiza maior mutilação post mortem

Submete a vítima a tortura psicológica

Executa de forma súbita

 CARACTERÍSTICAS DA VÍTIMA

ASSASSINO ORGANIZADO

ASSASSINO DESORGANIZADO

Desconhecida e escolhida de acordo com um padrão específico.

Conhecida familiar sem padrão específico

Personalizada

Despersonalizada

Habitualmente jovem

Sem seleção de idade

Aspecto físico que interessa

Aspecto físico que não importa

 AÇÕES POSTERIORES A AGRESSÃO

ASSASSINO ORGANIZADO

ASSASSINO DESORGANIZADO

Oculta o corpo

Deixa o corpo em evidência 

Limpa e altera o lugar da cena do crime

Não se preocupa com o lugar da cena do crime

Transporta o corpo de um lugar para outro

Deixa o corpo no lugar do crime

 

Características do serial Killer

 

   Nos anos 60, a UCC (Unidade de Ciência comportamental do FBI, começou a fazer perfis criminais de assassinos em série, levando em consideração a cena do crime, para deduzir certas características dos criminosos. Devido a estas características terem se mostrado úteis em identificar os culpados, as autoridades passaram a requisitar tal assistência mais frequentemente.

     Através dessas análises (baseadas na cena do crime) foram classificados dois tipos de assassinos, os organizados e desorganizados. Posteriormente foi observado que muitos assassinos em série possuíam elementos de ambas as categorias. Surgindo, portanto o terceiro tipo que  chamamos de mistos.

1.1 - TIPOS ORGANIZADOS

São aqueles que mantêm um ótimo relacionamento com a sociedade, exibem alto grau de intelectualidade e planejam seus crimes muito metodicamente, estando atentos a qualquer detalhe. Geralmente sequestram suas vítimas matando-as em um lugar e jogando seus corpos em outro. Como conseguem se inserir bem à sociedade, lançam mão dessa vantagem para seduzir as pessoas com mais segurança e confiança. Mantêm muito controle sobre a cena do crime e costumam ter um sólido conhecimento da ciência forense, o que lhes permite cobrir os rastros. Assistem seus crimes através da mídia  e, muitas vezes, se orgulham de suas ações, como se tudo não passasse de um grandioso projeto.  

  

1.1.1-CARACTERÍSTICAS DAS CENAS DO CRIME:

     Faz um planejamento ofensivo.

    Transporta o corpo.

    Esconde o corpo.

    Controla a conversa.

    Deixa a vítima submissa.

    Desaparece com a arma do crime e as provas.

    Escolhe a dedo a vítima

    Escolhe um ambiente com algum sentido.

    Sempre imobiliza as vítimas.

    Pratica atos agressivos antes do assassinato.

1.2-TIPOS DESORGANIZADOS

São considerados impulsivos, a maioria possui baixa inteligência, não planejam seus atos e muitas das vezes deixam a arma do crime e o corpo no local do assassinato. Contrário do assassino “organizado”, ele  a oportunidade  para atacar a sua vítima, escolhe aleatoriamente e dificilmente segue algum padrão como etnia, idade ou religião. A ausência de planejamento prévio reflete diretamente na realização de seus rituais, que ao contrário da “percepção artística” e “grandiosidade do projeto”, os “desorganizados” são movidos pela ansiedade e emoção, tendo como ritos principais a necrofilia (manifestação sexual com cadáveres), mutilações, canibalismo e abuso sexual.

Eles raramente se preocupam em encobrir seus rastros. São bastante reclusos, reprimindo qualquer tentativa de contato social. Possuem poucos amigos, podem ter um histórico de problemas mentais, têm personalidade e hábitos excêntricos e bastante assustadores. Normalmente são pessoas muito introvertidas. Eles têm pouca consciência sobre os seus crimes, podendo até mesmo bloquear as memórias dos assassinatos.

1.2.1- CARACTERÍSTICAS DAS CENAS DO CRIME:

ü  Corpo deixado na cena do crime.

ü Ataque espontâneo.

ü Provas ou arma presentes na cena.

ü Vítima ou localização conhecida.

ü Corpo deixado a vista.

ü Desfiguração da vítima.

ü Atos sexuais após a morte.

ü Mínima taxa de conversa.

ü Mínima utilização de imobilizações.

ü Cena do crime aleatória.

ü Súbita violência com a vítima.

1.3 -TIPOS MISTOS

Como o próprio nome diz, os casos “mistos” definem os criminosos que apresentam características de ambos os tipos, “organizado” e “desorganizado”. Os assassinos em série, algumas vezes, contam com a ajuda de um parceiro para realizar o ato. Podem também planejar o crime e não concluir ou fazer como um ato encenado.

2. O CASO NATANAEL BÚFALO

Em 20 de Outubro de 2007, um crime com crueldade, aconteceu na cidade de Maringá na região Sul do Brasil. Quando Natanael Búfalo matou, estuprou e ateou fogo no corpo de uma menina de 10 anos de idade. Depois foi ao enterro e procurou consolar a família. Veja detalhes do caso.

A garota e os  seus pais eram membros  da igreja Assembleia de  Deus, (o pai era sonoplasta da igreja).  No dia do crime ela participava de um culto que reunia cerca de 1.300 pessoas no local. Segundo testemunhas quando a vítima desapareceu, ela brincava com um grupo de crianças no estacionamento, e segundo elas, a vítima tinha dito que ia sair com um amigo, mas não souberam descrevê-lo. Elas também disseram que a viram entrar em um carro, mas também não souberam informar qual o tipo de carro.

O pastor da igreja na época, informou que o estacionamento tinha 3.500 m²,  bem iluminado e privado  e, no momento do culto, contava com um funcionário e seis voluntários que vigiavam a área e cuidavam da entrada e saída dos veículos pelo único portão de acesso. Nenhum deles viram a menina deixar o local.

2.1- O CRIME

Era por volta de 20h 30min, quando Natanael abordou a garota no pátio da igreja, e convidou a menina para ir até a sua casa buscar um bolo. Ele levou a menina de carro até o bairro Jardim Real onde morava. Após chegar a sua casa, Natanael trancou o portão de acesso, apagou as luzes e levou a menina para seu quarto, amarrou suas pernas e mãos com fios e a submeteu a todo tipo de abuso e violência sexual por um período de duas horas. O criminoso afirmou no seu depoimento que a garota chorava a todo tempo e pedia para voltar para a igreja. Para não ser delatado, pegou uma sacola plástica e sufocou-a até o desfalecimento. Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro e seguiu para a zona rural. No local, colocou o corpo no capô e cometeu necrofilia antes de encharcá-la com álcool e atear fogo.

2.2- APÓS O CRIME

Por volta de 23h30min, Natanael voltou para casa, limpou o carro, tirou a roupa e no dia seguinte colocou no lixo do vizinho, virou o colchão, pôs o lençol na máquina de lavar, (local onde a polícia encontrou longos fios negros de cabelo da garota).

Para montar um álibi, Natanael seguiu para a casa de uma ex-namorada e, em seguida, a uma pizzaria, onde se reuniu com membros da igreja. Pouco depois, ajudou nas buscas da menina e, após o corpo ser encontrado, foi ao velório e ajudou a confortar os pais da vítima, dizendo que o assassino seria preso.  Ele ainda voltou para a igreja para ajudar nas buscas à menina e depois de encontrado o corpo, compareceu ao velório para confortar a família.

3-HISTÓRIA DE NATANAEL BÚFALO

Natanael é filho caçula de uma prole de 07 irmãos sendo três homens e três mulheres. Até a fase adulta dele, sempre viveu no Paraná. Morava com o pai e com uma tia desde que perdeu a mãe aos 17 anos de idade. Teve uma educação com base religiosa forte. O pai estava na época do crime com 82 anos e há mais de 30 frequentava a Igreja A. Segundo o sobrinho de Natanael, sempre o teve como um exemplo de honestidade, de integridade. Nunca o via falar um palavrão, ser grosseiro e injusto com ninguém e sempre foi muito conservador. E toda a família é muito religiosa.

Quando criança foi violentado sexualmente por um funcionário da empresa de uma pessoa da família quando tinha cerca de 8 anos. Fato que revelou ao sobrinho e a irmã no período de investigação do crime, disse ter guardado segredo por muito tempo porque sentia muita vergonha.

Quando menino era muito agitado, levado, não parava sentado no banco, sempre trocava de igreja depois que estava mais crescido. Aos 18 anos, saiu de casa e foi trabalhar e morar em Curitiba-PR. Onde tocava bateria em uma banda e era muito bom como vendedor.

Casou-se quando tinha cerca de 20 anos, com uma mulher de boa família , teve uma filha, que na época do crime estava com 9 anos. Também teve uma filha fora do casamento, de 13 anos. Depois de um tempo, separou-se da esposa.  Depois teve um menino, quando morou em Santa Catarina, que é o caçula, filho de uma terceira mulher.

Teve ótimas oportunidades de vencer na vida. Chegou a ter uma loja de produtos evangélicos quando morou em Varginha, Minas Gerais. Também trabalhou bastante como músico de apoio, tocando bateria em estúdios durante gravações de CDs. Tinha várias atividades profissionais, mas não soube aproveitar as chances. Nas festas de famílias com todo mundo reunido, sempre foi o mais palhaço da família, muito brincalhão, bastante prestativo.

 Natanael apesar de figurar como suspeito por ter antecedente por estupro e atentado violento ao pudor na cidade de Presidente Castelo Branco, o assassino só confessou o crime cinco dias depois. Só após ser confrontado pela polícia resultados dos exames do material colhido nos órgãos genitais da vítima.  Ameaçado de linchamento na cadeia, ele teve de ser transferido para outra penitenciária e ficar isolado, Natanael Búfalo foi julgado e condenado a 43 anos de prisão e está preso na Penitenciaria Estadual de Maringá.  

3.1 CARACTERISTICAS DA CENA DO CRIME

São elementos de evidência física encontrados na cena do crime que podem revelar traços comportamentais do assassino. A cena do crime pode incluir o ponto de sequestro, local ou locais onde a vida foi mantida cativa, a cena do crime e local de desova.

3.1.1-CARACTERISTICAS DO ASSASSINO

QI alto - Embora não tivemos acesso à avaliação mental do assassino, a empresa descreve como um homem que tinha várias atividades profissionais. Tocava bateria em uma banda e era muito bom como vendedor. Demonstrando possuir habilidade e inteligência.

Socialmente responsável- Antes do crime Natanael havia sido pastor da igreja Assembleia de Deus, onde o crime aconteceu.

Instabilidade e insegurança no emprego- Segundo depoimento de familiares     Natanael teve ótimas oportunidades de vencer na vida, chegou a ter loja de produtos evangélicos quando morou numa cidade no Estado de Minas Gerais, também trabalhou bastante  como músico  de apoio, tocava bateria  em estúdios  durante gravações de CDs,  trabalhou como pastor e no momento do crime trabalhava como manobrista no estacionamento da igreja

Criança Intermediária ou menor- Natanael é filho caçula de uma prole de 07 irmãos sendo 03 irmãos e 03 irmãs. Desde que perdeu a mãe aos 17 anos de idade, morava com o pai e com uma tia. (desorganizado).

Disciplina da criança excessiva- A informação que temos através dos registros e entrevista de familiares é que Natanael teve uma educação religiosa muito rígida. Segundo o sobrinho, sempre o teve como um exemplo de honestidade, de integridade. Nunca o via falar um palavrão, ser grosseiro e injusto com ninguém e sempre foi muito conservador. E toda a família é muito religiosa.

Controle durante o crime- Levou a menina de carro ate a sua casa, Após chegar a sua casa, trancou o portão de acesso, apagou as luzes e levou a menina para seu quarto, amarrou suas pernas e mãos com fios e cometeu e a submeteu a todo tipo de abuso e violência sexual por um período de duas horas. Para não ser delatado, pegou uma sacola plástica e sufocou-a até o desfalecimento.  Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro e seguiu para a zona rural. No local, colocou o corpo no capô e cometeu necrofilia antes de encharcá-lo com álcool e atear fogo.

Heterossexual- Casou quando tinha cerca de 20 anos, com uma mulher de família boa, teve uma filha com ela, que na época estava com 9 anos. Também teve uma filha fora do casamento, de 13 anos. Depois de um tempo separou-se da esposa. Depois teve um menino quando morou no Estado de Santa Catarina que é o caçula, filho da terceira mulher.

Disfunção sexual ocasional- Quando criança foi violentado sexualmente por um funcionário da empresa de uma pessoa da família quando tinha cerca de 8 anos. Fato que revelou ao sobrinho e a irmã no período de investigação do crime, disse ter guardado segredo por muito tempo porque sentia muita vergonha.

Não temos informações se Natanael tinha condutas parafílicas ou masturbatória, e se esse comportamento era como um meio de substituição ou compulsivo. Porém é sabido que passou por três casamentos.

3.1.2-AÇÕES DURANTE O CRIME

Planejamento do crime - De acordo com Natanael em depoimento, o crime não foi planejado. Caracterizando como um assassino desorganizado, “Deu vontade, e eu convidei e à garota para ir  na minha  casa que lhe daria um pedaço de bolo”. Acredito que Natanael contou com a sorte nessa ação, pela quantidade de pessoas que tinha no local ele correu risco de ser abordado, a garota possivelmente o conhecia, e confiava no assassino facilitando assim a sua ação.

Atos de Violência com a criança imobilizada- Ele amarrou suas pernas e mãos com fios e a submeteu a todo tipo de abuso e violência sexual por um período de duas horas. Embora o método de amarrar as vítimas seja características dos assassinos organizados. Neste caso parece que o agressor, usou um instrumento que estava no local do crime sem nenhum planejamento, talvez por que não tinha controle sobre a vítima. A submissão da criança a tamanha violência, para conseguir a relação sexual é característica de um assassino desorganizado. Para Ilana Casoy, os assassinos desorganizados geralmente "agem com fúria, gratificam-se com estupro ou mutilação post-mortem, e são, na maioria, canibais ou necrófilos."  

Ação súbita e imediata- Para não ser delatado, pegou uma sacola plástica e sufocou-a até o desfalecimento.  Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro e seguiu para a zona rural. No local, colocou o corpo no capô e cometeu necrofilia, depois encharcou o corpo com álcool e ateou fogo.

  A ação súbita do assassino é característica de um crime desorganizado.  Sobre o transporte do corpo e o ocultamento do cadáver, falaremos no tópico sobre ações posteriores as agressões.

3.1.3-CARACTERÍSTICAS DA VITIMA.

Natanael frequentava a mesma igreja que os pais da menina, isso explica o fato dela ter acompanhado quando ele a convidou. O fato da garota estuprada anteriormente ter 15 anos, apresenta indícios que o perfil das vitima eram meninas bem jovens, e que estava interessado na aparência física das garotas.

Pelos dados apresentados entende-se que a preferência de Natanael pelas vítimas é pelo fato de serem crianças e tinha interesse na aparência frágil delas. Isso fica claro durante a entrevista, quando o jornalista pergunta:

DiárioPor que você escolheu a Márcia em meio a tantas outras crianças?

Natanael Búfalo: ‘Não escolhi, a Márcia era uma criança e resolvi pegar ela. Foi pelo tamanho dela’.

Em relação às características da vitima Natanael enquadra no perfil de um assassino organizado.

3.1.4-AÇÕES POSTERIORES AO CRIME

Nas ações posteriores ao crime, o assassino age de forma organizada e ao mesmo tempo desorganizada. Organizado quando transporta o corpo até fora da cidade. Cobre com palha de milho, encharcou com álcool e ateou fogo para ocultar o cadáver. E volta para casa, a fim de limpar o carro, tirar a roupa e no dia seguinte colocar no lixo do vizinho, virar o colchão, lavar a lençol, apagando as provas do crime. Mas também podemos analisar como um assassino desorganizado, pela a prática da necrofilia, e como o corpo foi colocado.

Para montar um álibi, Búfalo seguiu para a casa de uma ex-namorada e, em seguida, a uma pizzaria, onde se reuniu com membros da igreja. Pouco depois, ajudou nas buscas da menina e, após o corpo ser encontrado, foi ao velório e ajudou a confortar os pais da vítima, dizendo que o assassino seria preso.  O assassino ainda voltou para a igreja para ajudar nas buscas à menina e depois de encontrado o corpo, compareceu ao velório para confortar a família. Características de um homem frio e calculista.

4- CONCLUSÃO

Quem é Natanael Búfalo?  Qual é a sua personalidade?

Segundo Kaplan (1997) o termo “personalidade” pode ser definido como a totalidade dos traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo na vida que, sob condições normais; é relativamente estável e previsível. Um transtorno da personalidade representa uma variação desses traços de caráter que vai além da faixa encontrada na maioria dos indivíduos. Sendo assim, pode-se dizer que existem diversos transtornos de personalidade e cada um tem sua característica própria e sua forma de avaliação.

 

Sangue, Sensacionalismo e Sexo: A Tônica da Violência

                                                                  
 Durante uma série de conferências realizada em uma de nossas igrejas, fiquei responsável em cuidar das crianças enquanto o meu marido falava para os adultos. Num salão preparado especialmente para elas, programamos atividades recreativas, educativas e também espirituais como filmes, brincadeiras e dinâmicas. Era preciso muita criatividade, para segurar 30 crianças entre 3 e 10 anos, por uma hora e meia, todos os dias no período de 30 dias.
Numa certa noite ao realizar uma dinâmica perguntei as crianças: O que vocês querem ser quando crescer? Todas as crianças levantaram as mãos e começaram a responder, uma diz quero ser médica, outro, bombeiro, outra, engenheira, outro, advogado, mais outra, psicóloga, e outro, astronauta, e mais outra professora, e cada um foi respondendo, até que faltou apenas um garoto de mais ou menos 9 anos que estava entretido montando um brinquedo com peças de encaixe que estava sobre a mesa. Então aproximei dele e perguntei: E você o que quer ser quando crescer? Com voz firme e sem tirar os olhos do brinquedo respondeu: Um traficante.

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Perfil do serial Killer

    Assassino em série (também conhecido pelo nome em inglês, serial Killers) é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que come...