16 dezembro, 2017

A AUTÓPSIA PSICOLÓGICA: HOMICÍDIO OU SUICÍDIO?

                                                           
    A autópsia Psicológica trata-se de um estudo retrospectivo indireto, cujo objetivo é explorar o comportamento, a personalidade e o estado emocional prévio a morte de uma pessoa.  O estudo pode ser solicitado pelo Ministério Público ou outro Órgão competente para que se realize a autópsia psicológica, se caso faltar elementos necessários para descobrir se uma pessoa foi assassinada ou se suicidou. Para este tipo de estudo o perito deve recorrer a todas as fontes de dados disponíveis e acessíveis que lhe permitam reunir toda as informações necessária para descobrir qual era o comportamento da pessoa prévio a sua morte. 
    Nessa tarefa o psicólogo forense precisa de autorização do ministério público para poder entrevistar a maior quantidade possível de pessoas que tiveram algum relacionamento com a vítima. Desde familiares diretos ou indiretos, professores, colegas de escola ou trabalho, chefes imediatos e superiores, amigos, namoradas(os), noiva(os), esposas (os), etc.

      É muito importante que o perito tenha acesso ao lugar onde o corpo foi encontrado, para conhecer todos os detalhes relacionados com as circunstancias e causas da morte. Também deve ser analisado os objetos pessoais como roupas, cadernos, notas escolares, histórico académico, diários pessoais correspondência e emails (redes sociais) etc.
Se existir uma carta ou recado póstumo também deve ser analisado.

       Existem casos onde também pode se solicitar expedientes pessoais do tipo laboral, que aportam dados importantes como resultados de provas psicológicas aplicadas durante o processo de recrutamento e seleção, incapacidades, faltas, mudanças de setores, e expedientes médicos.

      Todas essas informações recolhidas terá a finalidade de estabelecer o perfil de personalidade, o estado emocional da vítima previa a sua morte, detectando possíveis causas como: estados depressivos, transtornos de personalidade, intenções de suicídio que falharam, comentários de morte ou desejos de morrer, mudanças significativas de humor, problemas com a esposa (o), namorada (o), família, trabalho ou financeiro.

      Outra coisa importante que deve ser observada, é, se a vítima tinha metas ou projetos pessoais ou profissionais a curto, médio e longo prazo.
 Lembrando sempre que o objetivo do perito ao fazer uma autopsia psicológica seja para o ministério Público ou outro Órgão competente, é investigar se a vítima apresentava ou não comportamento ou pensamentos pré-suicida, estados depressivos que tenha influenciado   a tirar sua própria vida.
       De forma nenhuma o relatório deve apresentar uma opinião conclusiva sobre o desfecho do caso.

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