26 dezembro, 2017

As redes sociais e a indústria do espetáculo

     
   Um grande número de pessoas tem as suas primeiras impressões sobre o que está acontecendo  no mundo  vendo as redes sociais. Eric Barnouw escreveu que os jornalistas, Youtubers  dependem em grande medida de pseudo-acontecimentos, ou seja, eventos que apenas existem para que eles realizem à respectiva cobertura mediática. Nem tudo o que acontece vemos nas midias sociais  e nem tudo o que vemos nas mídias sociais  acontece espontaneamente.
 Muitas vezes (demasiadas vezes) o que lemos reflete estratégias de comunicação preparadas para dirigir a opinião pública em determinado sentido.  Para Gui Debord em seu livro a Sociedade do espetáculo (1997) afirma que muitos assuntos abordados pela mídia ganham destaque e espaço e uma roupagem de espetáculo e de show, desvirtuando a abordagem crítica acerca do tema, que a partir de então, passa a ter uma análise superficial do seu conteúdo, sendo destacados somente aqueles pontos que possam causar polêmica. E que o assunto acaba por ser banalizado pela extensa exposição nos veículos midiáticos. 
    De acordo com José A. Argolo (2002) os diários populares e os programas sensacionalistas de emissoras de internet, rádio e  televisão transformam tais episódios em impulsionadores nas vendas/audiência, orientando as equipes de reportagem no sentido da supervalorização das notícias sobre a violência e exagerando no colorido das manchetes e chamadas de primeira página.
   É evidente que isto coloca  todos os meios de comunicação, como instrumentos de dominação humana, uma vez que se constituíram em  meios de opressão  e formadores de opinião.
  As imagens e os conteúdos apresentados no dia a dia  para as  pessoas especialmente  as crianças, não somente penetram em toda parte do ser, mas também são notavelmente prejudicial na formação do caráter. Será impossível não ser de algum modo afetado pela sua influência. 
     Para a criança o mundo virtual  é povoado de pessoas reais. Ela vê mães,  pais e filhos, pessoas prontamente identificadas como parte de seu ambiente real. Não estar preparada para distinguir entre fantasias e realidade, ou entre modelos de condutas aceitáveis e não aceitáveis, é uma questão que precisa ser analisada. No caso do Brasil, não há nenhuma instância reguladora para cobrar das emissoras e redes sociais  mudanças adequadas que garantam uma melhor qualidade na programação. Diante disso, crianças e adultos estão expostos a programas, noticiários e imagens com o principal conteúdo são sexo, sangue e sensacionalismo.

Reviane Bernardo/2017

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