ALFRED ADLER, (1870 – 1937), nasceu em Viena, teve uma infância complicada, pois foi uma criança débil, o que orientou suas preocupações sobre o complexo de inferioridade física. Estudou Medicina e foi Catedrático de Pedagogium de Viena e, posteriormente, do Colégio de Medicina Long Island, em Nova York, na Universidade de Columbia. Era médico reconhecido quando se juntou a Freud, convertendo-se em um de seus primeiros seguidores e trabalhando em colaboração com ele durante 10 anos. Depois se separou de Freud por claras diferenças teóricas quando declarou que os sentimentos de inferioridade são congênitos e universais, ideia que o fundador da psicanálise não podia aceitar. Adler funda sua própria Escola, a Psicologia Individual.
A base da psicologia individual de Adler reside essencialmente em três postulados: os sentimentos de inferioridade, os impulsos de poder e os sentimentos de comunidade. Para Adler, qualquer situação que acentua os sentimentos de inferioridade é um fator desencadeante de neuroses. E são os sentimentos de comunidade que atenuam os sentimentos de inferioridade e controlam os impulsos de poder.
Adler teve um grande interesse pelo fenômeno criminal, visitou presídios, e diferenciou a população dividindo-a em neuróticos e criminosos. Adler concluiu que o criminoso é um inimigo da sociedade e não lamenta seu crime, mas pelo contrário o justifica e racionaliza. Já o neurótico tem interesse social mas enfrenta problemas de adaptação. O criminoso tem uma razão privada, uma lógica própria, rompendo com o entendimento da vida social.
Um dos principais conceitos de Adler, segundo Marchiori (2004) é que: O forte sentimento de inferioridade, a aspiração por superioridade pessoal e um deficiente sentimento de comunidade, são sempre reconhecíveis na fase que antecede o desvio do comportamento. A atividade antissocial dirigida contra o próximo é aquela adquirida desde o início pelas crianças que caem na opinião errônea de que todos os outros podem ser considerados objetos de sua pertença e externalizam essa opinião ameaçando sua atitude, o trabalho, a saúde e a vida dos outros. Seu comportamento perigoso dependerá do grau de sentimento da comunidade.
A sensação de que a vida é hostil, está presente nestes indivíduos que exigem e esperam sempre a imediata satisfação de suas demandas. Além disso, a estreita relação com o sentimento de procrastinação, que está relacionada continuamente à inveja, aos ciúmes, à cobiça, à tendência é superar aqueles que elegem por vítimas.
Outro aspecto que Adler esclarece é a convicção de superioridade do criminoso, que tem a sensação de que pode prejudicar os outros sem ser surpreendido. Considerando, assim, que não há crime cometido sem um plano prévio, tudo tem que ser pensado com antecedência pelo criminoso. E seu plano cuidadoso lhe dá a certeza de que é superior à polícia, à lei e à sua vítima. Sua premissa é a convicção de sua própria superioridade, tendo a impressão de que se tivesse sido mais habilidoso não havia sido capturado.
Em um plano para a prevenção do crime, Adler salienta a necessidade de desenvolver o interesse social por meio da educação. Ele considerou que fatores importantes estão na escola, responsável por assumir a tarefa de desenvolver a potencialidade dos alunos em prol do interesse social. E que o professor, no desempenho do seu papel, deveria ser capaz de apontar ou corrigir qualquer falta detectada nesse processo de desenvolvimento e interesse social.
Reviane Bernardo
Psicóloga clínica e forense
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